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ESTIGMA

 

estigma

ESTIGMA E DISCRIMINAÇÃO SOCIAL

Infelizmente a história da Joana é comum. É bem provável que já tenhas presenciado uma história destas ou semelhante, ou então que tenhas conhecimento de algo idêntico. O que pensas deste cenário? Porque achas que terão tido esta atitude? Será por a Joana ter ficado diferente? Será porque ela não se sente bem com a diferença que ocorreu no seu corpo? Será que temos de ser todos iguais?

Em qualquer uma das reações que descrevemos está implícito o estigma e a discriminação social. Estas formas de atuar podem transformar a vida dos outros num verdadeiro inferno. Nesta história podemos identificar um comportamento denominado de bullying por parte dos colegas. O bullying leva a profundas alterações na saúde e bem-estar.

Em qualquer um dos casos podes ter tido uma destas reações:

  • Assististe a uma situação semelhante e ficaste calado;
  • Assististe, insurgiste-te e defendeste a pessoa em causa;
  • Assististe e gozaste também;
  • Calaste-te com medo que a situação se virasse contra ti.

A Joana precisa de ajuda! Contudo, a procura de ajuda nestas situações é difícil porque, por vergonha, timidez ou incapacidade para encontrar soluções, a maioria dos adolescentes e jovens não procura ajuda.

Repara como se vão somando os problemas da Joana, em função também do comportamento dos outros. Muitos destes comportamentos devem-se à falta de conhecimento, ao preconceito que é partilhado de forma generalizada pela sociedade.

Quando falamos de estigma, e mais especificamente de estigma social, referimo-nos a uma marca ou sinal, que pode ser ou não visível e que serve para distinguir e discriminar as pessoas de determinados grupos sociais ou com certa condição ou problema. No caso da Joana, sobressai o aumento do peso e a sua incapacidade de reagir ao comportamento discriminante.

Os comportamentos de discriminação associados ao estigma são problemáticos, pois causam sofrimento às pessoas. O estigma associado às perturbações mentais é um dos mais recorrentes pois estas perturbações frequentemente não são reconhecidas como tal antes ligando-as a fraqueza pessoal ou de caráter e por isso geram vergonha e medo. No entanto, hoje é sabido que estas perturbações estão relacionadas, tanto com fatores genéticos, como biológicos, bioquímicos e relacionais, tal e qual como qualquer outro tipo de doenças. Por outro lado, os estudos mostram que as pessoas que têm uma das várias perturbações mentais conhecidas, não têm comportamentos mais perigosos do que a generalidade das pessoas.

O estigma público associado às perturbações mentais resulta da combinação de três componentes:

  • Os estereótipos são crenças negativas (ou positivas) acerca de um indivíduo ou de um grupo. As palavras «louco», «psicopata», «perigoso», «imprevisível», «fraco de caráter» ou «incompetente» são muitas vezes associadas a pessoas com diagnóstico de perturbação mental, por exemplo esquizofrenia ou depressão. Este tipo de estereótipos encontram-se facilmente no teu dia a dia, principalmente nos meios de comunicação social como na televisão ou jornais, e nas representações cinematográficas que transmitem ideias que não correspondem à realidade do que são verdadeiramente as perturbações mentais;
  • O preconceito diz respeito à concordância das tuas crenças com os estereótipos. Pode ainda referir-se às tuas reações emocionais perante uma situação em que te deparas com um indivíduo que sabes que tem o diagnóstico de uma perturbação mental grave. O medo e a angústia são reações emocionais muito comuns;
  • A discriminação refere-se ao comportamento que temos perante determinada situação, ou seja, é uma resposta baseada no preconceito. Muitos comportamentos discriminatórios no teu quotidiano referem-se por exemplo à recusa em ter no teu grupo de trabalho um colega com um problema mental, ou recusar sair num grupo se esse teu colega também vai.


A discriminação e o estigma dificultam a procura de ajuda e a recuperação.

Queres saber se reproduzes o preconceito social existente? Queres avaliar os teus conhecimentos sobre perturbações mentais? Responde aos seguintes questionários:

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