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ABUSO DE ÁLCOOL

 

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ABUSO DE ÁLCOOL

 

Hoje em dia, muitos, mas não a maioria dos adolescentes e jovens experimentaram consumir álcool, alguns deles em excesso. Existem ambientes e oportunidades propícios em festas, nos bares e discotecas, jantares e saídas com os amigos. Isso aplica-se também a outras drogas, como é o haxixe. No entanto, o álcool é de longe a substância psicoativa mais utilizada.

O certo é que muitos jovens experimentam pequenas quantidades ocasionalmente, outros bebem e não experimentam de novo, outros continuam a beber e outros simplesmente optam por não beber álcool.

É referido que o consumo de álcool em Portugal é uma questão cultural, tendo-se a ideia que toda a gente bebe, que as experiências precoces de consumo são aceitáveis e que isso depende muito de sermos um país produtor de vinhos.

Muitas vezes, ao ingerir álcool procuram-se os seus efeitos desinibidores, como ficarem mais alegres que o habitual, conversadoras, descomprimidas. Dizemos que se procura aumentar a sensação de prazer e diminuir o desconforto, mas esse efeito aparente de bem-estar é transitório.

Alguns factos que deves saber:

  • O álcool tem um efeito depressor no nosso sistema nervoso central. Apesar de ter um efeito estimulante inicial, ficando mais eufórico e desinibido e perdendo muitas vezes a noção do perigo, no período seguinte, os efeitos depressores aparecem, surgindo a falta de coordenação motora (ex.: andar a cambalear), sonolência e lentificação do pensamento (ex.: dificuldade em falar). No limite pode levar ao coma e à morte;
  • Existe um espaço intermédio em que as pessoas tendem a expor-se mais a comportamentos de risco (exemplos: relações sexuais desprotegidas, consumo de outras drogas, condução perigosa e acidentes de viação e mesmo divertimentos que podem acarretar graves prejuízos físicos como são quedas graves). Algumas vezes pode até acontecer não te lembrares de nada no dia seguinte (blackout);
  • Os estudos mostram que não devem ser consumidas bebidas alcoólicas antes dos 18 anos. Essa justificação prende-se com o facto do fígado não estar preparado para metabolizar o álcool e de o cérebro dos adolescentes/jovens ainda estar em desenvolvimento. O álcool afeta as áreas do cérebro que controlam as decisões, a cognição e a memória. Na maioria dos países é proibida a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade. Em Portugal ainda é aos 16 anos, mas está em discussão uma proposta para adiar para os 18 anos;
  • O consumo precoce e frequente de álcool aumenta o risco de desenvolver perturbações mentais como dependência de substâncias, depressão e problemas de ansiedade e mesmo esquizofrenia. Além disso o consumo excessivo de álcool pelos jovens pode ter subjacente um problema mental.

 

Já ouviste falar em binge driking?

É uma expressão que caracteriza o consumo de cinco ou mais bebidas alcoólicas na mesma ocasião de consumo. Neste tipo de consumo bebe-se em excesso com o intuito de ficar embriagado, consumindo quantidades de álcool que muitas vezes podem ser fatais.

Sabemos que existe pressão social dos amigos, das circunstâncias e do ambiente de festa, mas a decisão de beber é sempre tua.

 

Alcoolismo

Algumas vezes pode passar-se do abuso à dependência de álcool (alcoolismo). O alcoolismo é uma perturbação mental que exige tratamento e não um «vício» como muita gente diz. No alcoolismo existem três conceitos importantes e relacionados:

  • Tolerância: diz respeito à necessidade de tomar doses maiores de álcool para atingir o mesmo efeito que se atingia com doses menores;
  • Síndrome de abstinência: uma pessoa que consume em excesso durante um determinado período de tempo e quando pára de consumir, experiencia sinais e sintomas físicos e psicológicos extremamente desagradáveis, sentindo necessidade intensa de beber para aliviar esses sintomas;
  • Consumo compulsivo: a pessoa sente um desejo intenso de beber e não consegue deixar de o fazer.

 

SINAIS

Existem sinais de alerta que permitem observar que o consumo de álcool se está a tornar problemático. Eis alguns dos mais comuns:

  • Consumir álcool rapidamente para ficar logo «embriagado»;
  • Procurar arranjar sempre bebidas alcoólicas para levar para as festas, nem que implique trazer de casa sem que os pais saibam;
  • Acordar e andar com «ressaca».

                Ao fim de algum tempo estes sinais podem agravar-se:
                - Não se consegue parar de beber ou controlar a quantidade que se ingere;
                - Precisar de beber mais do que o habitual para sentir o mesmo efeito;
                - Passar mais tempo a beber e a recuperar da «ressaca»;
                - Desistir de atividades às quais se dedicava tempo;
                - Problemas nas relações com os outros (familiares, amigos, colegas).
               
Muitas vezes surgem outros comportamentos que também podes observar nas pessoas cujo consumo de álcool é problemático, tais como irritação ou comportamento violento ou por exemplo, acessos de choro no decorrer do consumo.

 

SINTOMAS

Um adolescente/jovem que consome álcool em excesso poderá ter os seguintes sintomas:

  • Sentir náuseas e mal-estar;
  • Sentir-se profundamente deprimido no outro dia, com dificuldade ou incapacidade de saber o que se passou realmente (blackout);
  • Necessidade de passar cada vez mais tempo com amigos que também consomem álcool e outras substâncias afastando-se dos outros;
  • Alteração do padrão do sono (ex.: começar a dormir dias inteiros ou dormir muito pouco).

Pequenas/grandes coisas que se podem fazer …

Há uma série de coisas que podes fazer para manter a bebida sob controlo em situações em que decides beber:

  • Estabelece limites para ti mesmo e cumpre-os. Uma bebida é uma bebida;
  • Começa por beber bebidas não alcoólicas;
  • Se beberes álcool, alterna com bebidas não alcoólicas (o objetivo é beber menos álcool);
  • Bebe pequenos goles e não de «penalty»;
  • Evita as rodadas e as competições para ver quem bebe mais. Somos todos iguais, mas todos diferentes;
  • Quando decidires parar, diz não sem problema!

Beber com moderação! É possível?

Moderação é um termo pouco claro, muitas pessoas pensam que beber com “moderação” é beber de maneira a não se sentir tonto ou mal disposto. Ora, o que os estudos revelam é que o álcool é uma substância psicoativa que não é isenta de riscos.

O álcool é um importante determinante de saúde, responsável por muitas doenças, incapacidade e mortes. Se uma pessoa decidir beber, recomenda-se o uso em doses de baixo risco, o que corresponde de 1 a 2 copos de bebida padrão (ou standard), de preferência às principais refeições. As bebidas destiladas devem ser evitadas.

O consumo de álcool antes dos 18 anos deve ser sempre considerado um consumo indevido.

 

PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Existem vários profissionais de saúde que podem ajudar um adolescente/jovem que consome álcool em excesso. Um primeiro passo pode ser uma consulta com o médico de família, que poderá dirigi-lo a um serviço ou profissional de saúde especializado.

 

TRATAMENTOS E INTERVENÇÕES DISPONÍVEIS

Existem diferentes tipos de terapias que poderão ajudar o adolescente/jovem a diminuir o consumo excessivo de álcool ou mesmo a deixar de beber.

Terapias Psicológicas:

  • Terapia cognitivo-comportamental assenta na ideia de que a forma como pensamos influência a forma como nos sentimos e agimos. Esta terapia ajuda o adolescente/jovem a lidar com o desejo de beber e a reconhecer o problema. Motiva a alteração de comportamentos e o lidar com situações que podem despoletar as recaídas;
  • Terapia de valorização motivacional ajuda o adolescente/jovem a ganhar motivação e capacita-o para mudar os seus comportamentos.

 

ESTRATÉGIAS DE AUTOAJUDA

As estratégias de autoajuda podem também ser úteis para ajudar o adolescente/jovem que consome álcool em excesso. Procura incentivá-lo a voltar a fazer aquilo que anteriormente fazia sem álcool.

A capacidade e o desejo de utilizar as estratégias de autoajuda dependem de cada um e dos seus interesses. Experimenta ocupar os teus tempos livres com atividades saudáveis, tais como fazer desporto, passear, ir ao cinema.

Podes ajudar um amigo teu numa situação em que suspeitas que está a sofrer de algo relacionado com o consumo excessivo de álcool, utilizando algumas estratégias úteis (ANIPI).  

 

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